No âmbito da ação “Saramago na Escola: Contar por Imagens”, e aceitando a sugestão da Biblioteca Escolar, os alunos do 9.º D, da Escola Secundária de Barcelinhos, na área de Oferta Complementar de Teatro, criaram um pequeno filme, a partir do poema “Fala do Velho do Restelo ao Astronauta”, retirado da obra Os poemas possíveis, de José Saramago.
As palavras de Saramago uniram-se à arte de Lourdes Castro, concretamente no jogo de sombras que tanto utilizou nas suas obras. O processo teve início com a seleção de um poema, de entre vários propostos aos alunos, seguindo-se a construção de cenas que pudessem, de certa forma, ilustrar a palavra escrita. Sendo Lourdes Castro, que faleceu em 2022, uma figura maior das artes plásticas, achamos por bem conciliar dois mestres e, assim, convidar os nossos alunos a honrá-los.
Eis o resultado final enviado à fundação José Saramago:
Companhia de Teatro de Santo Tirso, na Escola Secundária de Barcelinhos.
No passado dia 26 de abril, o Grupo de Teatro de Santo Tirso veio à nossa escola com uma peça de teatro, no âmbito do programa das comemorações do 25 de abril, com uma excelente representação da "história" do 25 de abril e dos conflitos entre um pai, submisso ao regime Salazarista e um filho revoltado contra o sistema e ávido de liberdade. A peça em si faz uma retrospetiva muito interessante do país "cinzento" e atrasado que existia, sob a alçada de um regime que se intitulava de "Estado Novo", mas que deixou muitas gerações ostracizadas e sujeitas a uma ignorância coletiva, que foram aceitando durante 48 anos, como algo que tinham que passar, para se cumprir a máxima do regime: "Deus, Pátria, Família" e "Tudo pela Nação, Nada contra a Nação. No diálogo dos atores é percetível a viagem histórica dos acontecimentos, até nas vésperas de Revolução de Abril, e a leitura antagónica que duas gerações, pai e filho, do país, com um excelente texto.
O argumento, da autoria do ator, António Rodrigues, aborda conteúdos programáticos de Português e de História contribuindo, desta forma, para um entendimento mais próximo da realidade, sobretudos para aqueles que, à época, ainda não tinham nascido....
No final os alunos apreciaram a peça e, seguramente, que terão saído mais informados sobre a distância do país que hoje vivem e o país que existia antes do 25 de abril.
O meu avô, o meu pai e eu – uma história da revolução” retrata as condições de vida em Portugal durante a ditadura de Salazar e os principais acontecimentos que conduziram ao dia 25 de abril de 1974. Inspirado em “As portas que abril abriu”, de José Carlos Ary dos Santos, esta peça viaja até 1975 a uma sala de estar onde pai e filho, recordando a história recente de um país saído de uma revolução, vão esgrimindo argumentos e considerações, criando momentos de conflito ao reviver a história. Um pai que ainda vive segundo o trinómio “Deus, Pátria e Família”. Um filho que reclama os valores de abril. Um país que vive em instabilidade política e social após 48 anos de ditadura. E a história narrada dentro de uma história.