(Imagem: Livraria Lello, uma das mais belas livrarias de Portugal)
Celebra-se, hoje, o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor promovido pela Unesco.
Dadas as limitações impostas pela emergência do Covid-19, este ano, não são realizadas as atividades comemorativas a que já habituamos a nossa comunidade educativa.
Nestas circunstâncias convidamo-lo a experimentar ou redescobrir o prazer de ler. Através da leitura poderá viajar, mesmo em tempos de restrições e confinamento. Nenhum cerco sanitário o poderá impedir de manter o seu coração, mente e espírito, em movimento.
Luís Sepúlveda morreu hoje no Hospital Universitario Central das Asturias, em Oviedo
Luís Sepúlveda foi romancista, realizador, roteirista, jornalista e ativista político chileno. Nasceu no Chile, a 4 de outubro de 1949, e faleceu a 16 de abril de 2020 em Oviedo.
Sepúlveda deixa para trás uma extensa carreira no mundo da literatura, iniciada em 1969 com "Crónicas de Pedro Ninguém", dando início a uma bibliografia de mais de 20 títulos. Da sua vasta obra destacamos "História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar" e "O Velho que Lia Romances de Amor". Foi distinguido com o Prémio Primavera de Romance (2009) e com o Prémio Eduardo Lourenço (2016), entre outros. A nossa biblioteca orgulha-se de incluir no seu acervo muitas das suas obras literárias.
Tenho estudado a sua Teoria da Moral nas aulas de Filosofia e gostaria de lhe expressar a minha opinião sobre a mesma.
A ideia de que devemos avaliar as intenções das nossas ações para saber se elas são boas ou más fez-me pensar se todas as minhas ações – até ali consideradas boas – tiveram uma intenção pura, ou seja, se foram realizadas por puro respeito pelo dever e por uma vontade santa. Observando algumas delas, já que é difícil observá-las todas, cheguei à conclusão de que nem sempre as minhas ações foram realizadas por puro respeito pelo dever, mas sim, para satisfazer o meu bem próprio, de forma egoísta. Ora o que o Sr. defende é que as ações devem ser altruístas, sem nenhum interesse particular, respeitando as máximas do imperativo categórico.
A sua teoria fez-me ver que as intenções de uma ação são importantes pois como o Sr. afirma na enunciação do imperativo categórico, devemos agir de tal forma que tratemos a Humanidade como um fim em si mesmo e nunca como um meio.
Sei que algumas ações, realizadas por interesses egoístas, tem como consequência a felicidade de muitos, contudo não posso deixar de considerar a sua teoria muito interessante. Ela fez-me refletir sobre o valor das minhas ações e será sempre uma inspiração na minha vida, um ponto de partida para uma reflexão sobre a minha atuação no Mundo.
Teria sido um prazer enorme conhecê-lo, debater estas e outras questões com o eminente sábio que foi.