"Carta a Um Filósofo" na Semana da Leitura
Foto: Wikipedia
“Carta a um Filósofo” (…na semana da leitura)
Exmo. Sr. John Rawls,
Esta carta, muito provavelmente, nunca lhe chegará às mãos - o Sr. faleceu em 2002-, mas sinto uma necessidade enorme de lhe relatar como a sua “Teoria da Justiça” me deixou a pensar nas aulas de Filosofia.
A verdade é que o Mundo onde vivemos é tudo, menos justo!
Vivemos num Mundo onde o infanticídio, o tráfico de órgãos, a pedofilia, a corrupção e todo o tipo de crime acontece e poucos são os infratores que saem punidos pelos atos horrendos que cometem. Há uma enorme distância entre os ricos e pobres deste planeta, apesar dos grandes partidos em todo o mundo, preconizarem medidas para acabar com esse fosso cada vez maior.
Em “Uma Teoria da Justiça”, obra publicada no ano de 1971, V. Exa propôs repensar a distribuição da riqueza, para garantir que os políticos forneçam princípios para uma justiça equitativa. Nesse livro o Sr. coloca os indivíduos sob o que chama véu da ignorância, característica essencial que todos, nessa circunstância, possuem. O que o Sr. quer dizer é que, sob o véu da ignorância os indivíduos não tem informação alguma sobre a sua riqueza, cor, sexo, suas capacidades biológicas ou mentais, sob a situação em que vão nascer, ou a religião e preferenciais morais que vão possuir, etc. Sendo assim, os indivíduos não escolheriam princípios de modo parcial, que favorecessem apenas os seus interesses individuais.
Foi isto que me pôs a pensar que a sua teoria poderia mudar o mundo. No entanto, após muito refletir sobre ela, apercebi-me que o mundo não quer mudar, que os homens querem que o fosso que em cima falei continue. Porquê? A verdade, na minha opinião, é que o homem não está preparado para aceitar um mundo justo e equitativo e a sua “Teoria da Justiça” é um bilhete sem retorno para a equidade.
Muito obrigada, John Rawls por me ajudar a compreender que é possível enfrentar os “podres” deste mundo e mudar para melhor se lutarmos por isso.
Bom descanso eterno,
Ângela Fonseca (10º B da Escola Secundária de Barcelinhos)