DEZ REGRAS PARA O ROMANCISTA
DEZ REGRAS PARA O ROMANCISTA
- O leitor é um amigo, não um adversário, não um espectador.
- Ficção que não seja a aventura pessoal do autor no assustador ou no desconhecido não merece ser escrita a não ser por dinheiro.
- Nunca uses a palavra “então” como conjunção - para isso temos de usar “e”. Usar “então” é a não solução do escritor preguiçoso ou duro de ouvido para o problema de haver demasiados “e” na página.
- Escreve na terceira pessoa, a menos que uma primeira pessoa verdadeiramente diferenciadora se te ofereça irresistivelmente.
- Quando a informação se torna gratuita e de acesso universal, fazer pesquisa volumosa para um romance desvaloriza a pesquisa do romance.
- A ficção mais puramente autobiográfica exige pura invenção. Nunca ninguém escreveu uma história mais autobiográfica do que a Metamorfose de Kafka.
- Vês mais estando quieto do que a correr atrás de alguma coisa.
- É duvidoso que alguém que tem ligação Internet no seu local de trabalho esteja a escrever boa ficção.
- Os verbos interessantes raramente são muito interessantes.
- Tens de amar antes de poderes ser impiedoso.
(JONATHAN FRAZEN, in Revista Intropia)