“Antes do interesse pela escrita, há um outro: o interesse pela leitura.” E as duas caminham a par.
Fazendo jus à citação de Saramago, os alunos do 7º C, deliciados com a leitura de vários textos, feita pelos alunos do 12º C/D e coordenados pela Professor Ana Reis, tiveram o privilégio de poder escolher as cores com que coloriram a página em branco, dando corpo às suas ideias e, assim, novos desenlaces de uma história de Clarice Lispector surgiram para alegrar o coração da protagonista do texto.
“Antes do interesse pela escrita, há um outro: o interesse pela leitura.” E as duas caminham a par.
Fazendo jus à citação de Saramago, os alunos do 7º C, deliciados com a leitura de vários textos, feita pelos alunos do 12º C/D e coordenados pela Professor Ana Reis, tiveram o privilégio de poder escolher as cores com que coloriram a página em branco, dando corpo às suas ideias e, assim, novos desenlaces de uma história de Clarice Lispector surgiram para alegrar o coração da protagonista do texto.
Diários de Escrita, por Luís André, Maria de Fátima e Rui Martins, 12º A
"A poesia de Fernando Pessoa ortónimo"
A poesia de Fernando Pessoa ortónimo reflete, em muito, o seu atribulado percurso de vida. No entanto, o poeta não reproduz imediatamente nos poemas aquilo que sente, mas escreve-os com base numa construção mental.
O poema “Autopsicografia” é um autorretrato espiritual do poeta que descreve o ato de criação poética, afirmando que se trata de um processo de fingimento, por outras palavras, fingir é “fazer um desvio pela inteligência”. O poeta desenvolve, assim, uma oposição “pensar-sentir”.
Ainda assim, a procura constante de racionalidade por parte do ortónimo acaba por o conduzir a uma situação extrema que desperta neste o desejo da inconsciência explorado nos poemas “Ela canta, pobre ceifeira” e “Gato que brincas na rua”.
Desta forma, não encontrando a felicidade nas coisas do dia a dia, devido ao exercício do pensamento, recorre à memória, recuando à infância. Esta infância é, em geral, desprovida de experiência biográfica e é resultado de um processo de intelectualização (“E toda aquela infância/Que não tive me vem”). Na infância, Pessoa encontra a verdadeira felicidade, inconsciente e recheada de emoções que ele não sente.
Concluindo, insatisfeito com o presente e incapaz de o viver de forma plena devido ao constante processo de autoanálise que causa dúvidas e indefinição relativamente à sua identidade, torna-se incapaz de viver a vida, mergulhando num tédio existencial que não consegue ultrapassar. Sentindo-se inútil, parte à descoberta do sonho, do “longínquo”, o único local onde pode ser realmente feliz já que, na realidade, isso não é possível, tal como descrito no seu poema “Às vezes, em sonho triste”.
Deste modo, em Pessoa tudo é inteligência e todo o texto é produto da imaginação. No momento de escrita, o poeta finge sentimentos, emoções, não deixando, no entanto, de haver verdade, só que essa verdade, essa sinceridade é artisticamente trabalhada.
Diários de Escrita, por Luís André, Maria de Fátima e Rui Martins, 12º A
"A poesia de Fernando Pessoa ortónimo"
A poesia de Fernando Pessoa ortónimo reflete, em muito, o seu atribulado percurso de vida. No entanto, o poeta não reproduz imediatamente nos poemas aquilo que sente, mas escreve-os com base numa construção mental.
O poema “Autopsicografia” é um autorretrato espiritual do poeta que descreve o ato de criação poética, afirmando que se trata de um processo de fingimento, por outras palavras, fingir é “fazer um desvio pela inteligência”. O poeta desenvolve, assim, uma oposição “pensar-sentir”.
Ainda assim, a procura constante de racionalidade por parte do ortónimo acaba por o conduzir a uma situação extrema que desperta neste o desejo da inconsciência explorado nos poemas “Ela canta, pobre ceifeira” e “Gato que brincas na rua”.
Desta forma, não encontrando a felicidade nas coisas do dia a dia, devido ao exercício do pensamento, recorre à memória, recuando à infância. Esta infância é, em geral, desprovida de experiência biográfica e é resultado de um processo de intelectualização (“E toda aquela infância/Que não tive me vem”). Na infância, Pessoa encontra a verdadeira felicidade, inconsciente e recheada de emoções que ele não sente.
Concluindo, insatisfeito com o presente e incapaz de o viver de forma plena devido ao constante processo de autoanálise que causa dúvidas e indefinição relativamente à sua identidade, torna-se incapaz de viver a vida, mergulhando num tédio existencial que não consegue ultrapassar. Sentindo-se inútil, parte à descoberta do sonho, do “longínquo”, o único local onde pode ser realmente feliz já que, na realidade, isso não é possível, tal como descrito no seu poema “Às vezes, em sonho triste”.
Deste modo, em Pessoa tudo é inteligência e todo o texto é produto da imaginação. No momento de escrita, o poeta finge sentimentos, emoções, não deixando, no entanto, de haver verdade, só que essa verdade, essa sinceridade é artisticamente trabalhada.
Outubro é o mês das Bibliotecas Escolares. A BEAF, para além de outras iniciativas, promoveu, na passada quarta-feira, uma palestra, cujo objetivo foi o de aliar a leitura a uma patologia do foro psíquico que atinge muitos jovens em idade escolar – a ansiedade. Segundo muitos estudos, a ansiedade pode ser combatida com o exercício da leitura, como afirmou o nosso convidado, Dr. Miguel Durães, psicólogo barcelense de reconhecido mérito. O paciente ansioso, ao deleitar-se com a leitura, esquece o que o atormenta e o seu estado físico tenso relaxa significativamente. A leitura surge assim como uma terapia excelente para minimizar os efeitos somáticos e nefastos do estado ansioso. Numa conversa informal e utilizando uma linguagem próxima do auditório, o conferencista começou por explicar a uma plateia maioritariamente constituída por alunos de Psicologia que a ansiedade nem sempre tem contornos funestos, sendo até necessária para realizar tarefas que obriguem o ser humano a resolver problemas do quotidiano. O Dr. Miguel Durães asseverou, contudo, que esta perturbação, levada ao extremo, pode levar à depressão, patologia muitas vezes associada ao excesso de zelo dos jovens que, nos dias de hoje, mais do que em tempos idos, se preocupam em demasia com a ausência de objetos materiais. Entre outros motivos, a dessacralização da sociedade, aliada a uma diminuição significativa do culto de valores, como a solidariedade, levou a que o homem se deva interrogar para inverter o sentido do rumo até agora traçado: “Somos cada vez mais humanos ou somos cada dia mais animais?” – interrogou. “Somos cada vez mais fortes ou cada vez mais vulneráveis?” – interpelou. 31% da população mundial sofre de ansiedade, sendo que 22,9% da população portuguesa está sinalizada como portadora desta enfermidade. Estima-se que em 2020 a ansiedade possa matar mais do que a S.I.D.A.
“O ser humano é um ser poderoso muito criativo: criamos a nossa forma de ser e também a nossa forma de crescer”- acrescentou. É urgente construir uma vida em torno do que se perdeu: voltar à casa, às rotinas, ao diálogo, à família. Os professores não podem nem devem substituir os pais nos afetos, na atenção e isso é que é errado pensar. Vocês são o futuro! Há que refletir! – foram algumas ideias deixadas pelo psicólogo que, afavelmente, respondeu a algumas questões da plateia.
Outubro é o mês das Bibliotecas Escolares. A BEAF, para além de outras iniciativas, promoveu, na passada quarta-feira, uma palestra, cujo objetivo foi o de aliar a leitura a uma patologia do foro psíquico que atinge muitos jovens em idade escolar – a ansiedade. Segundo muitos estudos, a ansiedade pode ser combatida com o exercício da leitura, como afirmou o nosso convidado, Dr. Miguel Durães, psicólogo barcelense de reconhecido mérito. O paciente ansioso, ao deleitar-se com a leitura, esquece o que o atormenta e o seu estado físico tenso relaxa significativamente. A leitura surge assim como uma terapia excelente para minimizar os efeitos somáticos e nefastos do estado ansioso. Numa conversa informal e utilizando uma linguagem próxima do auditório, o conferencista começou por explicar a uma plateia maioritariamente constituída por alunos de Psicologia que a ansiedade nem sempre tem contornos funestos, sendo até necessária para realizar tarefas que obriguem o ser humano a resolver problemas do quotidiano. O Dr. Miguel Durães asseverou, contudo, que esta perturbação, levada ao extremo, pode levar à depressão, patologia muitas vezes associada ao excesso de zelo dos jovens que, nos dias de hoje, mais do que em tempos idos, se preocupam em demasia com a ausência de objetos materiais. Entre outros motivos, a dessacralização da sociedade, aliada a uma diminuição significativa do culto de valores, como a solidariedade, levou a que o homem se deva interrogar para inverter o sentido do rumo até agora traçado: “Somos cada vez mais humanos ou somos cada dia mais animais?” – interrogou. “Somos cada vez mais fortes ou cada vez mais vulneráveis?” – interpelou. 31% da população mundial sofre de ansiedade, sendo que 22,9% da população portuguesa está sinalizada como portadora desta enfermidade. Estima-se que em 2020 a ansiedade possa matar mais do que a S.I.D.A.
“O ser humano é um ser poderoso muito criativo: criamos a nossa forma de ser e também a nossa forma de crescer”- acrescentou. É urgente construir uma vida em torno do que se perdeu: voltar à casa, às rotinas, ao diálogo, à família. Os professores não podem nem devem substituir os pais nos afetos, na atenção e isso é que é errado pensar. Vocês são o futuro! Há que refletir! – foram algumas ideias deixadas pelo psicólogo que, afavelmente, respondeu a algumas questões da plateia.