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Beaf - Biblioteca Escolar António Ferraz

"Ler engrandece a alma!" [Voltaire]

Beaf - Biblioteca Escolar António Ferraz

"Ler engrandece a alma!" [Voltaire]

...

A pessoa mais  significativa para mim é o meu avô materno.
Omeu avô tem 79 anos e desde de que nasci que vivo com ele porque moramos todosna mesma casa, com o meu pai, mãe, irmão e avó materna. Talvez por isso semprefomos muito chegados e partilhamos uma grande ligação.
O meu avô éagricultor. Está sempre no campo com a minha avó a trabalhar, “na lavoura”,como ele diz. Sempre foi muito trabalhador e empenhado, não é de muito paleio -“ apenas digo o que é preciso”- e nunca está parado.
Mashá cerca de 3 anos foi-lhe diagnosticado um cancro na tiróide e teve de seroperado. Isto foi um grande abalo para o meu avô, para mim e toda a família. Tivemosde lidar com o facto de um homem dinâmico e trabalhador não estar na “suaterra”. Isto foi então muito difícil para todos, eu mal o via porque ele estavasempre nos tratamentos, só o via quando o ia visitar ao hospital e emboraficasse contente por o ver, saia de lá muito triste por vê-lo naquele estado,parado, fraco, sem falar nem saber se ia estar vivo no dia seguinte.
Após realização de vários tratamentos e muito tempo passado o meu avô está muitomelhor graças aos tratamentos até aqui feitos e aos que ainda lhe faltam fazer.O cancro não alastrou mais, encontra-se estagnado e a diminuir de tratamentopara tratamento. E foi num período de intervalo entre os tratamentos em que omeu avô se encontra em casa, que se deu um dos momentos mais significativospara mim, que marcou a minha forma de ser e de encarar/viver a vida.
Foinum dia de manha em que estávamos a fazer água ardente “o cheirinho”, como lhechamamos, no alambique que temos em casa. Acendemos o lume, deitamos o bagaçopara o cilindro, fechamos o cilindro, ligamos a água fria para arrefecer ovapor que sai do cilindro para o vapor solidificar (condensar) e, durante esteprocesso demorado, os dois sentados e a falar disto e daquilo, eu perguntei aomeu avo “ como é que você lida com tudo isto, tratamentos, hospitais?” e foientão que ele me deu uma resposta muito curta mas que diz tudo: “Diogo, aresposta é muito fácil: estou vivo!”
Apósisto durante aquele dia não falamos muito mais, e durante alguns dias tenteiperceber o significado daquelas duas palavras, e foi então que cheguei àconclusão que não há um significado concreto para a vida e por isso temos de aviver e dar-lhe valor. Foi aí que me apercebi da grande lição que o meu avô medeu e que me faz orgulhar mais e mais do “meu jovem lutador”.
                                       Aluno de Psicologia do 12ºAno 

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A pessoa mais  significativa para mim é o meu avô materno.
Omeu avô tem 79 anos e desde de que nasci que vivo com ele porque moramos todosna mesma casa, com o meu pai, mãe, irmão e avó materna. Talvez por isso semprefomos muito chegados e partilhamos uma grande ligação.
O meu avô éagricultor. Está sempre no campo com a minha avó a trabalhar, “na lavoura”,como ele diz. Sempre foi muito trabalhador e empenhado, não é de muito paleio -“ apenas digo o que é preciso”- e nunca está parado.
Mashá cerca de 3 anos foi-lhe diagnosticado um cancro na tiróide e teve de seroperado. Isto foi um grande abalo para o meu avô, para mim e toda a família. Tivemosde lidar com o facto de um homem dinâmico e trabalhador não estar na “suaterra”. Isto foi então muito difícil para todos, eu mal o via porque ele estavasempre nos tratamentos, só o via quando o ia visitar ao hospital e emboraficasse contente por o ver, saia de lá muito triste por vê-lo naquele estado,parado, fraco, sem falar nem saber se ia estar vivo no dia seguinte.
Após realização de vários tratamentos e muito tempo passado o meu avô está muitomelhor graças aos tratamentos até aqui feitos e aos que ainda lhe faltam fazer.O cancro não alastrou mais, encontra-se estagnado e a diminuir de tratamentopara tratamento. E foi num período de intervalo entre os tratamentos em que omeu avô se encontra em casa, que se deu um dos momentos mais significativospara mim, que marcou a minha forma de ser e de encarar/viver a vida.
Foinum dia de manha em que estávamos a fazer água ardente “o cheirinho”, como lhechamamos, no alambique que temos em casa. Acendemos o lume, deitamos o bagaçopara o cilindro, fechamos o cilindro, ligamos a água fria para arrefecer ovapor que sai do cilindro para o vapor solidificar (condensar) e, durante esteprocesso demorado, os dois sentados e a falar disto e daquilo, eu perguntei aomeu avo “ como é que você lida com tudo isto, tratamentos, hospitais?” e foientão que ele me deu uma resposta muito curta mas que diz tudo: “Diogo, aresposta é muito fácil: estou vivo!”
Apósisto durante aquele dia não falamos muito mais, e durante alguns dias tenteiperceber o significado daquelas duas palavras, e foi então que cheguei àconclusão que não há um significado concreto para a vida e por isso temos de aviver e dar-lhe valor. Foi aí que me apercebi da grande lição que o meu avô medeu e que me faz orgulhar mais e mais do “meu jovem lutador”.
                                       Aluno de Psicologia do 12ºAno 

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pela-minha-lente.blogspot.comRotinas Saudosas
            A minha avó Maria, foi uma grandeinfluência na minha personalidade e responsável por muitos dos conceitos queadquiri. Não influenciou apenas com a vivência que teve comigo, mas pela forma comoeducou o meu pai.
            Admiro a educação que deu ao meupai, mesmo tendo-o criado sozinha , porque ficou viúva muito cedo, sem qualquer figura masculina, deu uma educaçãorigorosa e ensinou o meu pai a honrar a palavra (nunca se esquecia de dar umcastigo prometido, para tristeza do meu pai, que ainda agora o conta). Soube,dar-lhe a liberdade necessária para ele “ser gente”, como dizia.
            A vóvó Maria desde que eu nascisempre morou na minha casa, lembro-me dela sempre velhinha, enrugada, semprevestida de preto, de sorriso rasgado e desdentado e olhar verde ternurento.Todo este ar só me dava vontade de a cobrir de beijinhos, e então fazia-o, eela só dizia:
            - Oh..oh…oh Meu Deus!- Com ar dequem não estava a gostar, mas a gostar, misturava esta fala com alguns “penicões”,escondendo um sorriso brincalhão.
            Tínhamos alguns rituais de avó eneta. Sábado á noite era o dia de jogar cartas e dominós, para ela, fazerbatota era um desrespeito enorme, aí de mim! Domingo à noite era dia daconversa, de contar histórias e do que tínhamos feito durante o dia.
À quinta-feira era odia da caminhada até casa da minha tia. Todos os dias ia ao quarto chama-lapara jantar. Passava todas as tardes a ler, apesar de só ter a 2º Classe. Porvezes, lia um livro numa tarde. A minha avó era demais! Todos os verões íamos paraa praia com a avó, brincávamos muito, comíamos muito (só guloseimas), a avó Maria,nas férias transformava-se, era uma festa!
 A minha avó era muito religiosa e adorava ir aFátima e eu também adorava que ela fosse, trazia-me sempre qualquer coisinha,ainda hoje tenho muitas das coisas que ela me deu, guardadas como recordações.
            Guardo com tanta saudade todos estesnossos hábitos, brincadeiras e toda a aprendizagem que me deu. Partiu com 86anos, inesperadamente, quando eu tinha doze anos, na altura em que eu lhecomeçava a dar mais um bocadinho de mim, deixou-me, com muito dela e com muitaslições para a vida.
A vóvó ensinou-me aser crente e eu acredito que ainda hoje a avó Maria está comigo…

                        Aluna de Psicologia do12º Ano

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pela-minha-lente.blogspot.comRotinas Saudosas
            A minha avó Maria, foi uma grandeinfluência na minha personalidade e responsável por muitos dos conceitos queadquiri. Não influenciou apenas com a vivência que teve comigo, mas pela forma comoeducou o meu pai.
            Admiro a educação que deu ao meupai, mesmo tendo-o criado sozinha , porque ficou viúva muito cedo, sem qualquer figura masculina, deu uma educaçãorigorosa e ensinou o meu pai a honrar a palavra (nunca se esquecia de dar umcastigo prometido, para tristeza do meu pai, que ainda agora o conta). Soube,dar-lhe a liberdade necessária para ele “ser gente”, como dizia.
            A vóvó Maria desde que eu nascisempre morou na minha casa, lembro-me dela sempre velhinha, enrugada, semprevestida de preto, de sorriso rasgado e desdentado e olhar verde ternurento.Todo este ar só me dava vontade de a cobrir de beijinhos, e então fazia-o, eela só dizia:
            - Oh..oh…oh Meu Deus!- Com ar dequem não estava a gostar, mas a gostar, misturava esta fala com alguns “penicões”,escondendo um sorriso brincalhão.
            Tínhamos alguns rituais de avó eneta. Sábado á noite era o dia de jogar cartas e dominós, para ela, fazerbatota era um desrespeito enorme, aí de mim! Domingo à noite era dia daconversa, de contar histórias e do que tínhamos feito durante o dia.
À quinta-feira era odia da caminhada até casa da minha tia. Todos os dias ia ao quarto chama-lapara jantar. Passava todas as tardes a ler, apesar de só ter a 2º Classe. Porvezes, lia um livro numa tarde. A minha avó era demais! Todos os verões íamos paraa praia com a avó, brincávamos muito, comíamos muito (só guloseimas), a avó Maria,nas férias transformava-se, era uma festa!
 A minha avó era muito religiosa e adorava ir aFátima e eu também adorava que ela fosse, trazia-me sempre qualquer coisinha,ainda hoje tenho muitas das coisas que ela me deu, guardadas como recordações.
            Guardo com tanta saudade todos estesnossos hábitos, brincadeiras e toda a aprendizagem que me deu. Partiu com 86anos, inesperadamente, quando eu tinha doze anos, na altura em que eu lhecomeçava a dar mais um bocadinho de mim, deixou-me, com muito dela e com muitaslições para a vida.
A vóvó ensinou-me aser crente e eu acredito que ainda hoje a avó Maria está comigo…

                        Aluna de Psicologia do12º Ano