Até hojefizeram-me crer que a vida é um ciclo que não se pode alterar. Através dasestações, prevemos o tempo e, através do tempo, adivinhamos as espécies que comele vão nascer. Mas foi no outono que eu vi uma rosa florescer.
Nunca em toda aminha vida admirara tão bela e esplêndida flor. Era apenas um rebento depequenas dimensões num vasto mar cor de laranja, onde as plantas dominanteseram meras begónias, uma espécie habitual num jardim em pleno outono, uma comooutra qualquer pertencente ao seu devido meio. Contudo, e, apesar da imensidãodestas, aquele pé de roseira era o rei de um magnífico quadro desenhado apétalas.
Naquele jardim,as hierarquias tomaram uma nova disposição. A roseira, mal rebentara da terra,havia-se tornado líder de todos aqueles que possivelmente lhe seriamindiferentes caso houvesse primavera, incluindo eu.
Eu sabia, noentanto, que um ser tão radiante não poderia ser perfeito. Até mesmo as rosastêm espinhos que, em sua proteção, podem ferir inimigos e não só. E, antes daflor se revelar ao mundo, nunca ninguém pode afirmar as cores que a irãopintar, assim como eu não sabia o que esperar de tão insólita aparição.
Lá no fundo,bem no findo, desejava-a como fogo, de cores vibrantes e intensas. Talvez istoapenas se devesse à minha preferência pela cor vermelha, porém eu compreendiaque não era só isso. O que realmente me fazia fervor era o seu simbolismo poiseu tinha noção que uma rosa de tons claros nunca me daria tanta satisfação.
A espera destefenómeno cria impasse, o impasse segue-se do nervosismo, o nervosismo conduz aodesespero e este último destrói todas as esperanças. Ainda, sim, anseio pelomomento em que poderei vislumbrar o pigmento desta rosa, mesmo que no processoela me venha a magoar com uma das suas defesas, um dos seus espinhos ou até umadas suas atitudes.
Foi nesteoutono que eu vi algo de novo acontecer e me apercebi de que, para além dociclo inevitável da vida (nascimento, desenvolvimento e morte), existe algopelo qual vale a pena viver. Agora, tudo o que na natureza não fazia sentidopassou, repentinamente, a ter lógica para mim.
Até hojefizeram-me crer que a vida é um ciclo que não se pode alterar. Através dasestações, prevemos o tempo e, através do tempo, adivinhamos as espécies que comele vão nascer. Mas foi no outono que eu vi uma rosa florescer.
Nunca em toda aminha vida admirara tão bela e esplêndida flor. Era apenas um rebento depequenas dimensões num vasto mar cor de laranja, onde as plantas dominanteseram meras begónias, uma espécie habitual num jardim em pleno outono, uma comooutra qualquer pertencente ao seu devido meio. Contudo, e, apesar da imensidãodestas, aquele pé de roseira era o rei de um magnífico quadro desenhado apétalas.
Naquele jardim,as hierarquias tomaram uma nova disposição. A roseira, mal rebentara da terra,havia-se tornado líder de todos aqueles que possivelmente lhe seriamindiferentes caso houvesse primavera, incluindo eu.
Eu sabia, noentanto, que um ser tão radiante não poderia ser perfeito. Até mesmo as rosastêm espinhos que, em sua proteção, podem ferir inimigos e não só. E, antes daflor se revelar ao mundo, nunca ninguém pode afirmar as cores que a irãopintar, assim como eu não sabia o que esperar de tão insólita aparição.
Lá no fundo,bem no findo, desejava-a como fogo, de cores vibrantes e intensas. Talvez istoapenas se devesse à minha preferência pela cor vermelha, porém eu compreendiaque não era só isso. O que realmente me fazia fervor era o seu simbolismo poiseu tinha noção que uma rosa de tons claros nunca me daria tanta satisfação.
A espera destefenómeno cria impasse, o impasse segue-se do nervosismo, o nervosismo conduz aodesespero e este último destrói todas as esperanças. Ainda, sim, anseio pelomomento em que poderei vislumbrar o pigmento desta rosa, mesmo que no processoela me venha a magoar com uma das suas defesas, um dos seus espinhos ou até umadas suas atitudes.
Foi nesteoutono que eu vi algo de novo acontecer e me apercebi de que, para além dociclo inevitável da vida (nascimento, desenvolvimento e morte), existe algopelo qual vale a pena viver. Agora, tudo o que na natureza não fazia sentidopassou, repentinamente, a ter lógica para mim.