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Beaf - Biblioteca Escolar António Ferraz

"Ler engrandece a alma!" [Voltaire]

Beaf - Biblioteca Escolar António Ferraz

"Ler engrandece a alma!" [Voltaire]

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Na minha vida, ainda que curta, aconteceram vários momentos que me marcaram para toda a vida, mas a história pessoal que vou contar foi a que realmente me marcou mais psicologicamente.Tudo aconteceu na minha infância. Eu sempre fui uma criança bastante tímida e reservada, ou seja, quando alguma pessoa desconhecida me falasse, eu nem se quer respondia, ou então, quando insistiam para eu responder, chorava. Eu estava habituada a ter professoras, tanto no infantário como no primeiro ano e achava que as professoras eram mais meigas e queridas.Quando entrei no primeiro ano, desejava que não fosse um professor. O que realmente aconteceu, e, por isso, fiquei feliz com a notícia.No segundo ano, no primeiro dia de aulas, fiquei aterrorizada quando soube que era um professor e, por isso, passei o dia a chorar. No entanto, os meus colegas, principalmente os rapazes, adoravam o professor porque ele tinha uma mota. Eu acho que naquele dia o professor estava mais aterrorizado que eu, porque eu não parava de chorar. Quando terminou aquele dia eu disse à minha mãe que não queria ir mais à escola. Obviamente que isso não aconteceu. Nos dias seguintes, quando o professor me perguntava alguma coisa eu desatava a chorar e não conseguia responder a nada do que o professor me perguntava. Naqueles primeiros dias fingia estar doente para não ir à escola, mas mesmo assim só faltei um dia porque os outros, a minha mãe descobriu o verdadeiro motivo. Certo dia, o professor não sabia o que haveria de fazer, porque eu chorava quase todos os dias e, por isso, resolveu pegar-me ao colo. Fiquei cheia de vergonha mas, apesar disso, achei que o gesto do professor foi uma forma de carinho que nunca mais me esqueci.Nos dias que se seguiram, passei a admirar o professor e nunca mais chorei nas aulas dele. Apesar daquele gesto tão simples para algumas pessoas, para mim foi muito significativo. Nos anos seguintes, nunca mais chorei pelo facto de ser professora ou professor, para mim era indiferente, mas só passou a ser indiferente por causa daquele gesto do meu professor do segundo ano.
 (aluna do 12º ano de Psicologia)

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Na minha vida, ainda que curta, aconteceram vários momentos que me marcaram para toda a vida, mas a história pessoal que vou contar foi a que realmente me marcou mais psicologicamente.Tudo aconteceu na minha infância. Eu sempre fui uma criança bastante tímida e reservada, ou seja, quando alguma pessoa desconhecida me falasse, eu nem se quer respondia, ou então, quando insistiam para eu responder, chorava. Eu estava habituada a ter professoras, tanto no infantário como no primeiro ano e achava que as professoras eram mais meigas e queridas.Quando entrei no primeiro ano, desejava que não fosse um professor. O que realmente aconteceu, e, por isso, fiquei feliz com a notícia.No segundo ano, no primeiro dia de aulas, fiquei aterrorizada quando soube que era um professor e, por isso, passei o dia a chorar. No entanto, os meus colegas, principalmente os rapazes, adoravam o professor porque ele tinha uma mota. Eu acho que naquele dia o professor estava mais aterrorizado que eu, porque eu não parava de chorar. Quando terminou aquele dia eu disse à minha mãe que não queria ir mais à escola. Obviamente que isso não aconteceu. Nos dias seguintes, quando o professor me perguntava alguma coisa eu desatava a chorar e não conseguia responder a nada do que o professor me perguntava. Naqueles primeiros dias fingia estar doente para não ir à escola, mas mesmo assim só faltei um dia porque os outros, a minha mãe descobriu o verdadeiro motivo. Certo dia, o professor não sabia o que haveria de fazer, porque eu chorava quase todos os dias e, por isso, resolveu pegar-me ao colo. Fiquei cheia de vergonha mas, apesar disso, achei que o gesto do professor foi uma forma de carinho que nunca mais me esqueci.Nos dias que se seguiram, passei a admirar o professor e nunca mais chorei nas aulas dele. Apesar daquele gesto tão simples para algumas pessoas, para mim foi muito significativo. Nos anos seguintes, nunca mais chorei pelo facto de ser professora ou professor, para mim era indiferente, mas só passou a ser indiferente por causa daquele gesto do meu professor do segundo ano.
 (aluna do 12º ano de Psicologia)

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 “ O tempo que passa…”
Pediram que falasse de uma pessoa especial para mim, e decidi escrever sobre a minha avó. Hoje uma senhora de 74 anos, uma mulher de história, viúva desde muito nova, criou 5 filhos praticamente sozinha e teve um importante papel na minha educação. Ela ficou a tomar conta de mim desde que eu era bebé. Não digam a ninguém, mas eu dormi com ela até aos 9 anos de idade. Sim é verdade! Quando era pequeno necessitava sempre, do braço da avó por cima de mim para adormecer à noite: “Bota o baço vó!” – dizia eu. Era uma ternura! Às vezes, já grandinho, quando dormia no meu quarto ainda sentia necessidade de falar com ela, isto porque ela garantia-me segurança. Passei momentos muito bons, ela cuidava e cuida muito bem de nós, seus netos. Ela costumava cozer o pão no forno e então foi com ela que aprendi essa proeza. Para satisfazer a vontade dos netos ela fazia as “netinhas” que eram umas broinhas pequeninas que oferecia aos netos. Talvez por ter crescido no meio dela, gosto muito dela e quero que viva até aos 100 anos! Lembro-me de uma viagem de autocarro em que adormeci encostado aos ombros dela e ela punha a mão por cima de mim. Houve uma fase em que passeávamos para Barcelos de autocarro. Também costumávamos frequentar a fisioterapia. Ainda assim, costumava ainda levar-nos para campo para ver e compreender melhor as suas lides. Quando eu andava na primária a minha avó tinha sempre um petisquinho para mim a meio da tarde! Habituou-me a comer de tudo e satisfazia sempre os meus caprichos. Ainda hoje o faz, o arroz da minha avó é delicioso! Ela cozinha de tudo. Muito ligada à religião incutiu-me os valores cristãos, morais, de respeito, amizade e boa educação.Nos dias de hoje, dedico-me imenso às plantas aromáticas e ela ajuda-me imenso. As plantas são uma terapia para mim. Gostava de poder passar mais tempo com ela. Poderia escrever um livro sobre a vida dela. A minha avó é uma figura extramente importante pois transmite-me carinho, amor, e simpatia e nunca me faltou com nada. Ao nível da educação e do respeito é exemplar. Ela deseja que eu tenha um futuro promissor e eu desejo que ela tenha saúde. Hoje a idade não perdoa, e os problemas da idade já surgem, e eu tento sempre ajudar no que posso. Ela é a matriarca da família, tem histórias lindíssimas dos seus tempos de juventude. É verdade que não foram fáceis. Uma vida dedicada ao campo, à família que merece ser recompensada. Este é um texto de agradecimento não só a minha avó mas a todas as avós do mundo pelo importante papel que tem, porque elas são duas vezes mães. Um grande beijinho, Vó Conceição!
(Aluno do 12º ano de Psicologia)

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 “ O tempo que passa…”
Pediram que falasse de uma pessoa especial para mim, e decidi escrever sobre a minha avó. Hoje uma senhora de 74 anos, uma mulher de história, viúva desde muito nova, criou 5 filhos praticamente sozinha e teve um importante papel na minha educação. Ela ficou a tomar conta de mim desde que eu era bebé. Não digam a ninguém, mas eu dormi com ela até aos 9 anos de idade. Sim é verdade! Quando era pequeno necessitava sempre, do braço da avó por cima de mim para adormecer à noite: “Bota o baço vó!” – dizia eu. Era uma ternura! Às vezes, já grandinho, quando dormia no meu quarto ainda sentia necessidade de falar com ela, isto porque ela garantia-me segurança. Passei momentos muito bons, ela cuidava e cuida muito bem de nós, seus netos. Ela costumava cozer o pão no forno e então foi com ela que aprendi essa proeza. Para satisfazer a vontade dos netos ela fazia as “netinhas” que eram umas broinhas pequeninas que oferecia aos netos. Talvez por ter crescido no meio dela, gosto muito dela e quero que viva até aos 100 anos! Lembro-me de uma viagem de autocarro em que adormeci encostado aos ombros dela e ela punha a mão por cima de mim. Houve uma fase em que passeávamos para Barcelos de autocarro. Também costumávamos frequentar a fisioterapia. Ainda assim, costumava ainda levar-nos para campo para ver e compreender melhor as suas lides. Quando eu andava na primária a minha avó tinha sempre um petisquinho para mim a meio da tarde! Habituou-me a comer de tudo e satisfazia sempre os meus caprichos. Ainda hoje o faz, o arroz da minha avó é delicioso! Ela cozinha de tudo. Muito ligada à religião incutiu-me os valores cristãos, morais, de respeito, amizade e boa educação.Nos dias de hoje, dedico-me imenso às plantas aromáticas e ela ajuda-me imenso. As plantas são uma terapia para mim. Gostava de poder passar mais tempo com ela. Poderia escrever um livro sobre a vida dela. A minha avó é uma figura extramente importante pois transmite-me carinho, amor, e simpatia e nunca me faltou com nada. Ao nível da educação e do respeito é exemplar. Ela deseja que eu tenha um futuro promissor e eu desejo que ela tenha saúde. Hoje a idade não perdoa, e os problemas da idade já surgem, e eu tento sempre ajudar no que posso. Ela é a matriarca da família, tem histórias lindíssimas dos seus tempos de juventude. É verdade que não foram fáceis. Uma vida dedicada ao campo, à família que merece ser recompensada. Este é um texto de agradecimento não só a minha avó mas a todas as avós do mundo pelo importante papel que tem, porque elas são duas vezes mães. Um grande beijinho, Vó Conceição!
(Aluno do 12º ano de Psicologia)