Este foi um tempo de ansiedade e curiosidade: eu, com nove anos, ia ter uma irmã.
A vinda de um bebé deixava-me extasiada. Acompanhar toda a gestação, o crescimento da barriga da minha mãe, ver a evolução de um bebé através das ecografias, era fascinante. Eu queria participar em tudo, na compra das roupinhas, na preparação do quarto, e principalmente na escolha do nome.
Quando chegou o mês de Dezembro e, porque estava marcada a cesariana, eu fiquei no hospital muito envergonhada e ansiosa ao lado do meu pai que já não era a primeira vez que vivia aquela emoção. Quando as horas das visitas acabaram, pensei que teria de passar mais uma noite sem ver o novo membro da família, mas os funcionários do hospital deixaram que eu e o meu pai ficássemos ate à tão esperada hora (ou não vissem a curiosidade estampada no meu rosto ingénuo).
Chegou a hora! Traziam a minha irmã ainda ensanguentada. Vi darem-lhe o primeiro banho, vi vestirem-lhe a primeira roupa, vi os primeiros exames próprios do momento sempre com um olhar encantado e envergonhado.
Este foi um dia especial e que mudou realmente a minha vida. Hoje, eu e a minha irmã temos muitas desavenças, mas sabemos que há qualquer coisa de muito especial que nos unirá para sempre.
Este foi um tempo de ansiedade e curiosidade: eu, com nove anos, ia ter uma irmã.
A vinda de um bebé deixava-me extasiada. Acompanhar toda a gestação, o crescimento da barriga da minha mãe, ver a evolução de um bebé através das ecografias, era fascinante. Eu queria participar em tudo, na compra das roupinhas, na preparação do quarto, e principalmente na escolha do nome.
Quando chegou o mês de Dezembro e, porque estava marcada a cesariana, eu fiquei no hospital muito envergonhada e ansiosa ao lado do meu pai que já não era a primeira vez que vivia aquela emoção. Quando as horas das visitas acabaram, pensei que teria de passar mais uma noite sem ver o novo membro da família, mas os funcionários do hospital deixaram que eu e o meu pai ficássemos ate à tão esperada hora (ou não vissem a curiosidade estampada no meu rosto ingénuo).
Chegou a hora! Traziam a minha irmã ainda ensanguentada. Vi darem-lhe o primeiro banho, vi vestirem-lhe a primeira roupa, vi os primeiros exames próprios do momento sempre com um olhar encantado e envergonhado.
Este foi um dia especial e que mudou realmente a minha vida. Hoje, eu e a minha irmã temos muitas desavenças, mas sabemos que há qualquer coisa de muito especial que nos unirá para sempre.
Um dos momentos mais marcantes na minha vida foi o dia em que tive a minha primeira guitarra que coincidiu também com a primeira aula.
Nessa noite, antes de sair de casa para a aula de guitarra, sentia a ansiedade a roer-me por dentro, mas lá à hora marcada pus a guitarra às costas e fui a pé pelas ruas escuras de Milhazes até à Casa do Povo. Lembro-me do frio que fazia. Tinha as mãos geladas, com os dedos das mãos a abanar que nem “varas verdes”.
Quando lá cheguei, ainda tímido, cumprimentei os presentes e lentamente comecei a habituar-me ao ambiente instalado naquela sala. Tirei a guitarra do saco, enquanto uma conversa agradável surgia no momento. Sentamo-nos todos em círculo e o meu professor começou a tocar na sua guitarra uma bela melodia que resplandecia no ar e eu pensava para mim: “Será que algum dia conseguirei fazer algo semelhante?” Após este momento de apreciação, ele deu-me uns exercícios para fazer que na altura me pareceram muito complicados. Com receio que no dia seguinte já não me lembrasse dos exercícios e acordes, anotava tudo num caderno que ainda hoje guardo comigo. Comecei a executar os exercícios, mas da minha guitarra não saía nenhuma melodia bonita como a da guitarra do professor, apenas um ruído que nem sei como classificar.
Mas eu era perseverante e a cada nota que dava o meu entusiasmo aumentava, e fui lentamente melhorando a minha técnica.
Hoje recordo as primeiras vezes que criei um som com uma corda da guitarra e é por essa razão que hoje ainda a abraço.
Um dos momentos mais marcantes na minha vida foi o dia em que tive a minha primeira guitarra que coincidiu também com a primeira aula.
Nessa noite, antes de sair de casa para a aula de guitarra, sentia a ansiedade a roer-me por dentro, mas lá à hora marcada pus a guitarra às costas e fui a pé pelas ruas escuras de Milhazes até à Casa do Povo. Lembro-me do frio que fazia. Tinha as mãos geladas, com os dedos das mãos a abanar que nem “varas verdes”.
Quando lá cheguei, ainda tímido, cumprimentei os presentes e lentamente comecei a habituar-me ao ambiente instalado naquela sala. Tirei a guitarra do saco, enquanto uma conversa agradável surgia no momento. Sentamo-nos todos em círculo e o meu professor começou a tocar na sua guitarra uma bela melodia que resplandecia no ar e eu pensava para mim: “Será que algum dia conseguirei fazer algo semelhante?” Após este momento de apreciação, ele deu-me uns exercícios para fazer que na altura me pareceram muito complicados. Com receio que no dia seguinte já não me lembrasse dos exercícios e acordes, anotava tudo num caderno que ainda hoje guardo comigo. Comecei a executar os exercícios, mas da minha guitarra não saía nenhuma melodia bonita como a da guitarra do professor, apenas um ruído que nem sei como classificar.
Mas eu era perseverante e a cada nota que dava o meu entusiasmo aumentava, e fui lentamente melhorando a minha técnica.
Hoje recordo as primeiras vezes que criei um som com uma corda da guitarra e é por essa razão que hoje ainda a abraço.